TROPICANA MENDIETA: POTÊNCIA E ANIQUILAMETO
Artigo
Universidade do Porto
2021

 
Dor da pátria
Corpo sou eu, que minha orfandade vivo
Lá, quando se morre, a terra que nos cobre fala.
Mas aqui, coberta pela terra da qual sou prisioneira
sinto a morte palpitando por baixo do chão.
E então, quando meu corpo inteiro se enche do querer de Cuba,
sigo fazendo meu trabalho sobre a terra,
Seguir é vitória.

_Ana Mendieta


RESUMO: O presente artigo analisa a trajetória da escultora e performer Ana Mendieta, desde suas origens na elite cubana até o exílio forçado nos Estados Unidos, na passagem da infância à adolescência, após a vitória da revolução que alterou para sempre os rumos de seu país. O texto percorre os sentimentos de abandono e desenraizamento vivenciados ao deixar Cuba para trás, em direção ao estrangeiro, em companhia da irmã Raquelin, com quem morou em instituições e lares provisórios, sofrendo racismo e xenofobia,  como jovens latinas refugiadas. Tais experiências constituiem-se no núcleo afetivo e político de sua poética, marcada por uma rebeldia visceral e por uma profunda inscrição do feminino. O estudo acompanha sua formação artística na provinciana Iowa, onde cursou a universidade, graduou-se em arte e concluiu mestrado em Intermedia, e sua posterior atuação em Nova York, onde se integrou a uma galeria feminista e alcançou projeção internacional. A morte precoce da artista, aos 36 anos, em circunstâncias violentas que envolveram o marido, o artista minimalista americano Carl Andre, massivamente defendido, patrocinado e protegido pela elite do mundo da arte americano, e a posterior absolvição dele por “falta de provas”, revelam as persistentes assimetrias de poder e de gênero que atravessam o sistema da arte ocidental.

PALAVRAS-CHAVE: Arte feminista; Exílio; Gênero; Poder; Ana Mendieta.

ABSTRACT: This article analyzes the trajectory of the sculptor and performance artist Ana Mendieta, from her origins in the Cuban elite to her forced exile in the United States following the victory of the Cuban Revolution. It examines how experiences of displacement, racism, and xenophobia during her childhood and adolescence — shared with her sister Raquelin — shaped the emotional and political core of her poetics, marked by a visceral rebellion and a profound inscription of the feminine. The study follows Mendieta’s artistic formation at the University of Iowa, where she earned a Master’s degree in Intermedia, and her later career in New York, where she became involved with a feminist gallery and quickly rose to prominence in the contemporary art scene. Her premature death at age 36, under violent circumstances involving her husband, minimalist artist Carl Andre, and his subsequent acquittal for “lack of evidence,” exposes the enduring power and gender asymmetries that structure the Western art system.

KEYWORDS: Feminist art; Exile; Gender; Power; Ana Mendieta.

 




REVOLUÇÃO


Não há nenhum país no mundo, incluindo todo e qualquer país sob domínio colonial,
onde a colonização econômica, a humilhação e a exploração tenham sido piores que em Cuba.

_J.F. Kennedy (5)

A trajetória de Ana Mendieta nasce das fissuras do passado colonial cubano, cujas marcas indeléveis irão atravessar toda sua vida e sua obra. Marcada por uma longa história de exploração imperialista, a ilha de Cuba foi colônia de Espanha por quatro séculos, desde a invasão das Américas por Cristóvão Colombo, em 1492, até a Guerra Hispano-Americana, em 1898, quando conquistou a independência formal. No entanto, o fim do domínio espanhol não lhe garantiu livrar-se do jugo colonial. Logo os Estados Unidos da América, aliados circunstanciais na luta contra os espanhóis, se tornariam seus vorazes exploradores, assumindo o papel de potência hegemônica na região, e instaurando uma nova forma de subordinação econômica e política sobre o território cubano. Em 1959, a ilha foi sacudida pelos ventos da Revolução liderada por Fidel Castro, cuja vitória não apenas pôs fim à violenta ditadura de Fulgêncio Batista, mas também representou um marco de resistência à exploração e à constante ingerência norte-americana nos seus assuntos internos. (7).

Nascida em Havana, em 18 de novembro de 1948 (1), em uma família influente e culta, com um “papel significativo na história da nação” (2), Ana Mendieta era a segunda dos três filhos do advogado Ignacio Mendieta e da acadêmica Raquel Mendieta. Durante os anos revolucionários, que coincidiram com sua infância, Ana frequentava uma escola católica feminina e desfrutava da proteção e dos privilégios da elite cubana. Antigos aliados de Fulgêncio Batista, os Mendieta romperam com o regime autoritário e aderiram ao movimento revolucionário, para romperem com este em seguida, ao se confirmarem os rumores do alinhamento de Fidel Castro ao comunismo internacional. Nomeado assistente em um ministério do governo pós-revolucionário, Ignacio Mendieta logo se desiludiu com o crescente anticatolicismo do novo regime e se envolveu na frustrada invasão dos Estados Unidos à Baía dos Porcos (8), o que lhe resultou uma condenação a 18 anos de prisão. Antes, porém, havia providenciado a fuga das filhas Ana e Raquelin, então com 12 e 14 anos, respectivamente - era 1961 -por meio da chamada “Operação Peter Pan”. A iniciativa transferiu, entre 1960 e 1962, cerca de 14 mil crianças cubanas desacompanhadas para os Estados Unidos, sob tutela da Igreja Católica (9). 


UM BEIJO NO CHÃO 

A partida abrupta das irmãs, ainda meninas, desencadeou um processo profundamente traumático, que as arrancou do seio familiar e as lançou na instabilidade do exílio. “Elas migraram sozinhas, cercadas por milhares de outras crianças, passando as primeiras semanas em campos de refugiados (10) e, posteriormente, revezando-se entre instituições e lares adotivos em Dubuque, no estado americano do Iowa, para onde foram encaminhadas” (11).

Inicialmente, a viagem pareceu uma aventura para Ana, conforme relatado por sua irmã Raquelin: “Quando chegamos a Miami, ela beijou o chão. Ela tinha em mente todas as imagens dos filmes da moda: festas, adolescentes passeando em carros conversíveis, indo à praia e se divertindo” (12). A euforia, contudo, foi breve. “As irmãs foram entregues a um reformatório onde espancamentos e confinamentos eram comuns e passaram vários anos sendo transferidas de um lar adotivo para outro”. Foram oito, ao todo. Permaneceram juntas graças a um documento assinado pelos pais, desautorizando que fossem separadas. No entanto, a companhia da irmã não foi suficiente para mitigar o profundo sentimento de deslocamento que Ana Mendieta experimentou durante a adolescência em Iowa, onde se sentia apartada de sua terra natal e abandonada pela família. A reunião com a mãe e o irmão só ocorreu em 1966, quando ambos conseguiram migrar para os Estados Unidos. O reencontro com o pai aconteceu apenas em 1979, após o cumprimento de 18 anos de prisão em Cuba; ele faleceu pouco tempo depois de chegar à América do Norte.



TROPICANA


Vir do calor e do fogo de Cuba para a puritana Iowa deixa sua marca em qualquer um, e Ana terá o espírito de uma sobrevivente.(13)


É possível divisar, como pano de fundo da trajetória de Ana Mendieta, ou Tropicana, como gostava de chamar a si mesma (14), a marca de uma violência a vincular suas origens num país exaurido pela longa exploração colonial, à atração pelo país explorador, idealizado e fantasiado em seus sonhos de menina, consumidora do cinema americano, como tantas jovens das classes privilegiadas de sua geração. Sobre esse cenário de desejo e imaginação, desencandeia-se a convulsão revolucionária, que rompe com os privilégios de sua própria classe social e a força à fuga. Tendo emancipado Cuba, a revolução desestruturou sua vida pessoal, arrancando-a da família e empurrando-a, aos 12 anos, para uma existência órfã e despossuída no exílio. Ao perder o status de menina da elite e se tornar refugiada em uma comunidade puritana e reacionária do meio-oeste americano, Ana Mendieta irá experimentar a violência na própria pele, sofrendo discriminação implacável como jovem latina. A ruptura com a vida que levara em Cuba, somada aos primeiros anos em Iowa, deixou marcas profundas e foi determinante para a construção de seu senso de identidade, plantando as sementes para os fundamentos de sua obra.


“Você tem que entender que ela veio para a América sem nada. Aquela sensação de exílio era algo que ela carregava consigo, bem como uma feroz independência de espírito” (15)


À época, o Civil Rights Movement (16) se espalhava pelos Estados Unidos e um intenso clima de conflito racial invadiu Iowa. Ana e Raquelin tornaram-se alvo de racismo, “embora sua pele fosse ‘branca”, nas palavras da historiadora de arte Kayra Cabañas (17). Segundo a mesma, Ana era chamada de 'nigger' (18) pelos colegas de escola, de quem ouviu muitas vezes: “volte para Cuba, sua puta!’ (19). Tais experiências aprofundaram seu sentimento de alienação e deslocamento, como filha da elite “branca” latino- americana, segregada no país que um dia idealizou. Mais tarde, Ana e Raquelin passaram a se identificar como não-brancas (20). Mendieta descobriu o amor pela arte ainda na escola secundária, em meio às recorrentes agressões racistas que jamais cessaram, nem mesmo na escola de arte. Apos graduar-se em Francês, obteve o bacharelado em Artes e, em seguida, fez mestrado em Pintura, na Universidade de Iowa. Mais tarde, buscando médiuns mais poderosos para se expressar, fez outro mestrado em Intermedia (MFA) na mesma universidade, sob a orientação do conceituado artista Hans Breder (21), com quem teve um relacionamento amoroso. Depois de finalizar o programa de mestrado, Ana mudou-se para Nova Yorque.


FEMININO ANTIGO RADICAL

Tenho travado um diálogo entre a paisagem e o corpo feminino
que acredito ser um resultado direto de ter sido arrancada
de minha terra natal durante a adolescência.  
Sou impregnada pela sensação de ter sido expulsa do útero.
Minha arte é a forma de restabelecer os laços
que me unem ao universo, um retorno
à fonte materna
.
_Ana Mendieta

Ana Mendieta construiu um corpo de trabalho original e potente, passeando entre vários gêneros artísticos. Suas matérias-primas foram o corpo feminino, a terra, a natureza e o sangue, o fogo, plantas, flores, barro e pólvora, que explorou por meio de diversas mídias, desde a fotografia e o cinema até a arte performática, a land-art, a escultura e a arte feminista. “Os sentimentos profundos de desconexão e não-pertencimento experimentados no exílio tornaram-se conceitos intensamente arraigados na sua obra (...) e muito de seu trabalho explorou a ideia de voltar para casa” (22). De uma forma ou de outra, o retorno à casa (e ao ventre) esteve sempre presente para Mendieta, como uma busca ao feminino antigo, radical, arquetípico, em união visceral com a terra/útero de onde se sentia arrancada.
.
Tendo sido extraída de sua terra natal e traumatizada por
suas experiências quando jovem, ela não estava interessada
em imagens superficiais, mas em explorar temas mais profundos
de etnia, sexualidade, moralidade e gênero. Sua arte consistia
em questionar sua própria identidade e explorar o que significava
ser uma mulher de cor na América (
23)

Os episódios de discriminação sofridos, assim como os primeiros contatos com o debate feminista, aguçaram sua percepção sobre a violência contra as mulheres, cujo impacto vivenciou muito de perto quando a estudante Sarah Ann Ottens foi estuprada e assassinada no campus de sua faculdade. Sob o choque deste crime, nunca totalmente esclarecido e punido (24), Mendieta criou o ato performático “Rape Scene”, fazendo-se amarrar a uma mesa, com a parte inferior do corpo nua e manchada com sangue de vaca, e permanecendo imóvel por duas horas. Os colegas estudantes - todos do sexo masculino - foram convidados a comparecer ao seu apartamento no horário pré-combinado, onde seriam testemunhas da “cena do crime” (25). “Ao encenar uma falsa cena de estupro, amarrada a uma mesa, com sangue escorrendo por suas pernas e seu corpo, Mendieta demonstrou a violência de um ataque brutal, enquanto os espectadores discutiam o incidente.” (26)

Essa performance foi determinante para sua arte, lhe imprimindo o traço artístico característico de sua obra, e Mendieta retornou ao tema muitas vezes ao longo de sua trajetória, representando-o em mídias diversas. Mais tarde, já morta, foi acusada de ter obsessão por sangue, numa tentativa de vincular seu final trágico às suas escolhas estéticas. “O valor do choque, sem dúvida, fazia parte do manual de Mendieta” (27), mas seu uso do sangue como elemento simbólico e estético decorria também da influência recebida dos rituais da Santeria (28), comuns em Cuba. A aproximação com a religião afro-cubana “forneceu elementos para que a artista fizesse uma poderosa intercessão entre o “espírito” da Terra e o “grito" gutural de horror da violência, que permeia toda a sua obra (29).

Ironicamente, Mendieta viveu a maior parte de sua vida em Iowa. Foi lá que ela fez seu primeiro earth-body, deitando-se nua, de bruços, e pedindo aos colegas que colassem folhas de grama nas suas costas (30). Intitulados “Siluetas”, os earth-bodies, foram o resultado do cruzamento pioneiro entre os gêneros emergentes da performance art, da land art e da body art, tornando-a a primeira artista a reunir tais experimentações. As “Siluetas” tornaram-se um dos seus projetos mais emblemáticos, somando mais de 200 trabalhos, nos quais ela moldava os contornos de seu corpo com fogo, pigmento, flores, lama, grama, água e fumaça, realizados nas paisagens de Iowa e do México, para onde viajou diversas vezes.


“Dentro de cada silhueta é possível encontrar camadas
e mais camadas de comentários sobre a igualdade entre os
humanos, os ciclos inevitáveis entre a vida e a morte  e a afirmação
da mãe terracomo uma força feminina onipresente. Suas esculturas
ecoaram as complexidades da arte como um reflexo da vida da mulher,
tanto quanto da estrangeira-étnica,  na América dos anos 1970-80” (31).



Alem dos famosos earth-bodies, uma série de fotografias denominada “Esculturas Ruprestes” (32) e uma série de pinturas conhecidas como body-tracks (33), Mendieta deixou um conjunto impressionante de filmagens, algumas apenas recentemente reveladas, os bodily-rites. São 104 filmes em formato Super 8, apresentando as imperfeições e “ruídos” próprios do medium, detalhe que acrescenta camadas de complexidade à série de performances capturadas. O trabalho, no qual ela metamorfosea seu corpo com os elementos, é um desenvolvimento avançado da série “Siluetas”, explorando a relação entre corpo, natureza, efemeridade, desaparecimento e fusão. “A obra de Ana é incrível em sua capacidade de parecer radicalmente progressiva e antiga, vibrando com um poder feminino que remonta aos primeiros ritos humanos”(34) . “Tais características podem ser observadas nesta série, onde testemunhamos seus movimentos performáticos envolvidos pela qualidade plástica do medium.” (IDEM) 


ONDE ESTÁ ANA MENDIETA?

Todos nós ficamos chocadas com sua morte violenta.
Testemunhamos como o mundo da arte  se fechou
em torno de Andre para protegê-lo.”
_Guerilla Girls

Em 1979, Ana Mendieta foi para New York City, engajando-se na primeira galeria feminista da cidade, a A.I.R. Gallery (Artist In Residence Inc.), onde teve a oportunidade de trabalhar em intensa colaboração com outras mulheres artistas feministas. Dois anos mais tarde, ela diria que "o feminismo americano, tal como é, é basicamente um movimento da classe média branca”, numa declaração ecoada por muitas feministas não-brancas vivendo nos Estados Unidos da América. Foi na A.I.R. Gallery que Mendieta conheceu seu futuro marido, o artista minimalista americano Carl Andre (35). Aos 8 meses de casada, vivendo uma relação notoriamente tumultuada, a artista despencou do 34o andar do apartamento em que vivia com Andre, em New York City, num episódio, ainda hoje, não suficientemente elucidado (36) em que Andre, apesar do depoimento contraditório, alem de outros indícios, foi inocentado “por falta de evidências” (37).

“Para várias pessoas do círculo social do casal,
sua morte não foi apenas um acidente terrível, mas um símbolo
do destino de tantas mulheres feministas e seus trabalhos:
marginalizadas e rapidamente esquecidas.”
"Mendieta tornou-se emblemática
do mundo da arte dominado
pelos homens”.(38)


Pouco antes, Mendieta havia sido agraciada com o prestigioso “Roma Prize” (39), e sua carreira estava em plena ascensão, entretanto, isso não evitou que sua morte fosse subestimada. “A morte de Ana dividiu o mundo da arte pela metade, com muitos artistas proeminentes pulando para proteger Andre daquilo que chamaram de "cabala feminista". Embora considerassem sua morte uma tragédia, muitos achavam que o incidente não valia estragar a "carreira brilhante de Andre". “Dessa perspectiva sombria, a perda da vida de uma mulher migrante hispânica não justificava manchar o nome de um artista (homem) branco” (40), e essa constatação serve para fechar o círculo violento da colonialidade que primeiro explora e, por fim, aniquila. Mais de 30 anos se passaram e a obra de Ana Mendieta tornou-se mundialmente conhecida, enquanto que,  diante das exposições de Carl Andre, grupos feministas têm se mantido incansáveis em seus protestos, empunhando cartazes que perguntam: “Onde está Ana Mendieta?”. São jovens mulheres que invadem os espaços artísticos brancos masculinos para homenagear o gênio de Mendieta e renovar as demandas por justiça por sua breve vida, violentamente interrompida. Por sua vez, o trabalho do altamente conceituado Carl Andre, hoje com 85 anos, jamais deixou de ser exposto nas mais importantes instituições artísticas, e vendido nas maiores casas de leilão por preços cada vez mais superlativos (41).


RETORNO À CUBA

Antes de sua morte, Ana Mendieta teve a oportunidade de reconciliar-se com Cuba, voltando 7 vezes ao país que durante tantos anos só visitou em sonho. Com uma trilogia de filmes realizados em 1981, “cujo tema versa sobre as relações tecidas entre deslocamento, retorno e reconciliação”, a artista pôde finalmente exorcizar sua relação dolorosa com seu país. “O trabalho foi filmado nas praias do Guanabo, não muito longe de Havana, onde Ana Mendieta evoca a nostalgia da pátria e o tempo distendido da separação.”



Neyde Lantyer, 22 de maio de 2021.


Referências Bibliográficas:

BRACKER, Hank. The Exciting Story of Cuba: Understanding Cuba's Present by 
Knowing Its Past. CreateSpace Independent Publishing Platform. 2015.
BROWN, Mark. Ana Mendieta to get 'long overdue' UK retrospective. The 
Guardian. 2013.
CABANAS, Kaira. Ana Mendieta: "Pain of Cuba, Body I Am". Woman's Art Journal, 
20(1), 12-17. 1999.
FRANK, Priscilla. The Life Of Forgotten Feminist Artist Ana Mendieta, As Told 
By Her Sister. Huffpost, 2016.
MANATAKIS, Lexi. Ana Mendieta was the controversial artist who helped pioneer 
earth art. Dazed, 2018
MORAES, Fernando. A ilha: Um repórter brasileiro no país de Fidel Castro. 
Companhia das Letras, 30a edição. 2001.
NAHMAD, Erica. Cuban Artist Ana Mendieta Was A Badass Beyond Her Years. 
BeLatina, 2020.
O’HAGAN, Sean. Ana Mendieta: death of an artist foretold in blood, The 
Guardian. 2013.
WEINMAN, Sarah. In death, an artist and a young woman meet. The Guardian, 
2016.
WIKIPEDIA

Imagens:
1 - Untitled, 1974 © The Estate of Ana Mendieta Collection, LLC. 
Courtesy Galerie Lelong, New York.
8 - Creek, 1974. Super 8 film, color, silent. © The Estate of Ana Mendieta Collection, LLC. Courtesy Galerie Lelong, New York.

Notas: 

1. Ana Mendieta nasceu a 18 de novembro de 1948, sob o signo de Escorpião.

2. Seu pai, um importante advogado, era sobrinho de Carlos Mendieta, presidente do país entre 1934 e 1935, enquanto que sua mãe, uma química e pesquisadora acadêmica, era neta do senhor de engenho Carlos Maria de Rojas, famoso por seu papel na guerra de independência contra a Espanha.
CABANAS, Kaira. Ana Mendieta: "Pain of Cuba, Body I Am". Woman's Art Journal, 20(1), 12-17. 1999.

3. As tribos indígenas que originalmente povoavam Cuba foram dizimadas pelos invasores espanhóis.

4. BRACKER, Hank. The Exciting Story of Cuba: Understanding Cuba's Present by Knowing Its Past. CreateSpace Independent Publishing Platform. 2015. 5 Id ibid.

6. Fulgencio Batista y Zaldívar foi um oficial militar e político cubano que serviu como presidente eleito de Cuba de 1940 a 1944 e depois como seu ditador militar, dando um golpe militar em 1952, com forte repressão da imprensa e da oposição, apoiado pelos EUA de 1952 a 1959, antes de ser derrubado pela Revolução Cubana.

7. MORAES, Fernando. A ilha: Um repórter brasileiro no país de Fidel Castro. Companhia das Letras, 30a edição. 2001. 8 O’HAGAN, Sean.

8. Ana Mendieta: death of an artist foretold in blood, The Guardian. 2013

9. Id Ibid.

10. As irmãs Mendieta passaram algumas semanas em campos de refugiados para crianças, nos Estados Unidos.

11. CABANAS, Kaira. Ana Mendieta: "Pain of Cuba, Body I Am". Woman's Art Journal, 20(1), 12-17. 1999.

12. The Guardian. Ana Mendieta: death of an artist foretold in blood, Sean O’Hagan, 2013.

13. NAHMAD, Erica. Cuban Artist Ana Mendieta Was A Badass Beyond Her Years. BeLatina, 2020.

14. CABANAS, Kaira. Ana Mendieta: "Pain of Cuba, Body I Am". Woman's Art Journal, 20(1), 12-17. 1999. 15 Id ibid.

16. O movimento pelos direitos civis (Civil Rights Movement ) foi uma campanha de décadas de afro-americanos e seus aliados para acabar com a discriminação racial institucionalizada, a privação de direitos e a segregação racial nos Estados Unidos. Wikipedia.

17. CABANAS, Kaira, M. Professora de História da Arte do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade da Flórida, especialista em arte moderna e contemporânea da Europa e da América Latina / CABANAS, Kaira. Ana Mendieta: "Pain of Cuba, Body I Am". Woman's Art Journal, 20(1), 12-17. 1999.

18. Termo racista que deriva da palavra “negro”.

19. CABANAS, Kaira. Ana Mendieta: "Pain of Cuba, Body I Am". Woman's Art Journal, 20(1), 12-17. 1999. 20 Id ibid.

21. Hans Breder (1935-2017) artista multidisciplinar alemão, que viveu e trabalhou em Iowa, USA.

22. NAHMAD, Erica. Cuban Artist Ana Mendieta Was A Badass Beyond Her Years. BeLatina, 2020. 

23. NAHMAD, Erica. Cuban Artist Ana Mendieta Was A Badass Beyond Her Years. BeLatina, 2020.

24. O assassino de Sarah Ann Ottens foi liberado depois de alguns anos na prisão por falta de provas consistentes. Anos depois matou outra mulher nas mesmas circunstâncias e voltou a ser preso, agora condenado à prisão perpétua, mas a corte recusou-se afazer referência à história do crime anterior, neste julgamento, permanecendo o assassinato de Sarah Ann Ottens sem solução. WEINMAN, Sarah. In death, an artist and a young woman meet. The Guardian, 2016.

25. NAHMAD, Erica. Cuban Artist Ana Mendieta Was A Badass Beyond Her Years. BeLatina, 2020.

26. Id ibid.

27. Id ibid.

28. Santería, também conhecida como Regla de Ocha, Regla Lucumí ou Lucumí, é uma religião da diáspora africana, que se desenvolveu em Cuba durante o final do século XIX, tendo surgido por meio de um processo de sincretismo entre a religião iorubá tradicional da África Ocidental, a forma Católica Romana de Cristianismo e o Espiritismo. Wikipedia.

29. FRANK, Priscilla. The Life Of Forgotten Feminist Artist Ana Mendieta, As Told By Her Sister. Huffpost, 2016.

30. BROWN, Mark. Ana Mendieta to get 'long overdue' UK retrospective. The Guardian. 2013.

31. MANATAKIS, Lexi. Ana Mendieta was the controversial artist who helped pioneer earth art. Dazed, 2018

32. Ums série de foto-litografias.

33. Série de pinturas onde imprime marcas de seus braços e de seu corpo com tinta vermelha em tela e em papel. 34 FRANK, Priscilla. The Life Of Forgotten Feminist Artist Ana Mendieta, As Told By Her Sister. Huffpost, 2016.

35. Carl Andre (1935) é um artista minimalista americano, reconhecido por suas esculturas ordenadas em formato linear e em grade. Wikipedia.

36. Os vizinhos escutaram gritos e a voz de uma mulher suplicando repetidamente “Não! Não! Não! Não!” E ele tinha o rosto arranhado, com sinais de luta. WEINMAN, Sarah. In death, an artist and a young woman meet. The Guardian, 2016.

37. Por meio de um júri o qual, estranhamente, ele pôde escolher a forma que seria julgado Recusou o júri e foi julgado apenas pelo juiz; seu advogado declarou que a ideia era evitar feministas radicais entre os jurados. WEINMAN, Sarah. In death, an artist and a young woman meet. The Guardian, 2016. /

38. VOIEN, Guelda. The Remarkable Story of a Rebel Artist, Her Mysterious Death and Cult Resurgence, Observer, 2015

39. Concedido pela American Academy in Rome.

40. FRANK, Priscilla. The Life Of Forgotten Feminist Artist Ana Mendieta, As Told By Her Sister. Huffpost, 2016.

41. VOIEN, Guelda. The Remarkable Story of a Rebel Artist, Her Mysterious Death and Cult Resurgence, Observer, 2015.