A MONTANHA COMO METÁFORA

Provas Públicas - Defesa Tese de Mestrado - Exposição

Nov 26
14h - 18
Galeria Cozinha
Belas Artes - Universidade do Porto
Portugal
2021

A tarefa de vasculhar a memória desenraizada, exilada e apátrida, equilibrada no fio estendido entre a partida e o passado, o presente e os primórdios, atribuindo uma forma ao obstáculo/impotência, esse é o sentido da montanha. Sua figura não era de todo uma novidade.  Vez ou outra, a aparição furtiva de uma montanha, ou algo que que chamo de montanha, surge no meu trabalho autoral. Seus contornos são sempre os mesmos, encosta, pico, volume, sombra, austeridade, espanto, impotência.

Dessa vez, a aparição arrebatou todo o sentido da falta, encerrando a nostalgia e o insolúvel inominável, acomodando-os numa espécie de cofre, rocha, bloco, Caaba, esfinge. A impotência enfrentada pelas mulheres artistas migrantes na sua disputa por existir - poética e literalmente - no estrangeiro. Suscitando uma paisagem tornada objeto, e transmutada em sensível político, a metáfora da montanha foi o vetor para a realização deste trabalho, inspirando diversas feituras.

O objeto escultórico foi construído e destruído e aqui lhes rendemos homenagem, reverenciando sua onipresença neste projeto. Pouco a pouco, sobreposta / atravessada pela meu próprio corpo, que tomou um lugar cada ver mais central nas obras realizadas sob o tema deste trabalho, como um argumento político proclamado na primeira pessoa.

O objeto escultórico foi construído e destruído e aqui lhes rendemos homenagem, reverenciando sua onipresença neste projeto. Pouco a pouco, sobreposta / atravessada pela meu próprio corpo, que tomou um lugar cada ver mais central nas obras realizadas sob o tema deste trabalho, como um argumento político proclamado na primeira pessoa.